RECORDANDO
A Oeste nada de novo.
A não ser a trovoada.
O frio e a geada.
Soam trompetas, arautos e fanfarras.
Era a festa.
Sem velhos arqueados do reumatismo,
Era difícil prever o estado do tempo.
Havia o canito, sempre chamado fiel.
O Gaio na gaiola, sempre chamado chico.
E o gato aos pontapés, sempre chamado Lambuças.
Rugia o cão.
Assanhava-se o gato.
Assobiava o gaio.
E morria o porco.
Copinhos de aguardente.
Moleja ainda a borbulhar.
A faca ainda a sangrar.
Na mão do matador.
… Ah, chamaste Zéi!
Na família havia muitos Zéis.
Mas morreram todos,
Enquanto a faca a pingar de sangue,
Aponta ameaçadora na sua direcção.
Estoicamente, imaginava o pedaço de telha,
Com que raspava o porco, um escudo.
Era a galhofada.
Uma mão na cabeça, a desguedelhar.
Um pedaço de pão com glândulas.
E um cocharro de água.
Era a festa.