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      Considerando o conceito de património, enquanto classificação atribuída no presente a construções que na sua maioria foram criadas no passado e que se pretende transitem para o futuro, é de realçar a importância do conhecimento histórico, como forma de conferir valor a esses testemunhos, de os projetar para o futuro e de lhes atribuir a devida importância patrimonial.

     A indecisão pauta-se entre a opção em manter a ruína até ao seu esquecimento, ou pela recuperação desse património e nesta perspetiva salvaguardar um passado que embora corresponda a diferentes épocas e modos de viver, mas cuja salvaguarda e conhecimento é necessário para valorizar o presente que merecem ser guardados.

      Explicam igualmente o nosso presente, as memórias que definem a nossa identidade coletiva, (ou individual), e que asseguram o futuro e a continuidade herdados do passado, no qual uma comunidade reconhece sinais da sua identidade e que pretende transmitir às gerações futuras.

     Os patrimónios materiais ou mesmo memoriáveis, perdem o seu sentido para as gerações seguintes quando não são devidamente salvaguardadas e divulgadas, ou partem os conhecedores das memórias, aqueles que possuíam as lembranças e tradições que lhes estavam associadas, e não se levam a cabo as ações de identificação, estudo e divulgação com vista ao registo e à valorização desse património.

      Se não for dada a conhecer às novas gerações, a história ligada ao património legado pelos seus antepassados, através da investigação, intervenção e divulgação histórica, o seu significado perde-se e muito dificilmente lhes continuarão a ser atribuídos valores, ou a ver neles qualquer traço de identidade e valorização, assim como, inevitavelmente,  perdem o seu valor como património.

     A reconstrução daquilo que nos chegou do passado, ou apenas a consolidação do existente, como opções essenciais na preservação do património, (ainda que o estado de degradação seja elevado), para que não desapareçam por completo e deixem de fazer parte da nossa lembrança colectiva, permitirá, não só um maior conhecimento do património associado à memória, mas, também à revitalização da economia e à criação de emprego, já que o património histórico-cultural é uma atividade económica e a patrimonialização valoriza o bem conservado.

     Contudo, se o seu valor patrimonial se cingir ao estudo pelos especialistas, corre o risco de não ser devidamente valorizado pela comunidade, mas se essa importância for divulgada e dada a conhecer ao público em geral e á comunidade que lhe diz directamente respeito em particular,  o mesmo pode vir a ser entendido e consequentemente valorizado como património, como um símbolo identitário que se quer preservar e transmitir, impedindo-se que fique esquecido no passado e não se venha a transmitir para o futuro.

publicado por José Pereira às 10:14

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