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A questão da antiguidade da chamada, “PONTE ROMANA” da Estação de Garvão, nos mapas de Fernando Alvaro Seco e de Pedro Teixeira Albernaz

          A primeira representação conhecida do levantamento cartográfico do território nacional continental é a carta efectuada por Fernando Álvaro Seco e publicado em Roma em 1561.
          Em 1662, publicava-se em Madrid, a carta de Pedro Teixeira Albernaz, Description del reyno de Portugal y de los reynos de Castilla...
          Tanto uma carta como outra serviriam de base, às diversas cartas e mapas de Portugal que se publicaram nos séculos seguintes. No inventário das localidades referidas pelo mapa de P. T. ALBERNAZ começaram por manter-se as mesmas áreas que tinham sido definidas no de A. SECO.1 
          As povoações do antigo concelho de Garvão, Garvão e Santa Luzia, aparecem, nos respectivos mapas, com as designações actuais, embora, no caso de Garvão, com alguns erros gráficos, nomeadamente no de A. Seco, em que a vila de Garvão aparece com a designação de GARNÃO.
          Segundo Maria Fernanda Alegria, O mapa de A. SECO é extremamente rico na toponímia e na hidrografia, cita vários acidentes orográficos, deixa bem assinaladas as pontes sobre os cursos de água (embora não represente vias de comunicação),2 esta observação de Maria Fernanda Alegria, leva-nos a tecer considerações sobre a antiguidade da chamada “Ponte Romana” da Estação de Garvão.
          Embora esta antiguidade seja discutida; pela falta de estudos que o confirmem; pela existência de um arruamento que atravessava a ribeira nesse local, (diante da Igreja de S. Sebastião); pela construção das edificações que respeitaram esse arruamento, aparece, contudo, no referido mapa, a poente da vila, a sinalização de uma ponte sobre a ribeira de Garvão.
          Nesta altura a vila limitava-se ao Serro do Castelo, não se tinha, ainda, estendido para nascente, para o outro lado da ribeira, assim a sinalização duma ponte, a poente, aponta para a referida ponte na Estação de Garvão, no trajecto da Estrada Real. De notar igualmente que a ponte, em alvenaria, que liga a parte antiga da vila à parte mais recente, (demolida no seguimento das cheias de 1997), é uma construção de meados do século XX. A ribeira que atravessa actualmente a vila, aparece igualmente no referido mapa, sem menção a qualquer ponte.

          Embora com algumas reticências, teremos de enquadrar a localização da ponte, mencionada nos referidos mapas, como a ponte da Estação de Garvão, precisamente onde, não só, a tradição oral, mas igualmente as publicações sobre a matéria, localizam a antiga Estrada Real no caminho de Lisboa para o Algarve.

          Assim a existência de uma ponte neste local, remonta pelo menos ao século XVI, se se trata de uma ponte muito mais antiga, datável ao periodo romano, só a devida intervenção arqueológica o poderá confirmar.

 

1 Maria Fernanda Alegria, O povoamento a sul do Tejo nos séculos XVI e XVII. REVISTA DA FACULDADE DE LETRAS – GEOGRAFIA I Série, Vol. I, Porto, 1986, p. 179 a 206
2 Idem

publicado por José Pereira Malveiro às 19:39

Caro José Pereira

A povoação antiga de Garvão primeiramente situava-se entre ribeiras, a partir do século XVII a vila começou a estender-se para sul, do outro lado da ribeira, formando uma Rua a qual é referida em documentos como a Rua do Além.

Cumprimentos

José Ferreira
Anónimo a 30 de Janeiro de 2019 às 08:43

Caro José Ferreira

Ainda bem que comenta o post, pois tenho andado a ver se entro em contacto consigo para lhe enviar o livro José Júlio da Costa - O Famigerado Herói do Crime Grande de Estação do Rocio, com que tão amavelmente me forneceu algumas informações.


Só que nenhum dos emails parece funcionar, caso possa agradeço que me faculta a morada para o email jpmg6767@gmail.com para que lho possa enviar.


Sobre o seu comentário, toda a informação sobre Garvão é sempre bem vinda, já agora se me puder disponibilizar o texto completo desse documento agradecia.


E sobre a ponte? Será romana? existirão algumas referências que nos elucidem sobre a sua antiguidade ou construção?

Com os melhores cumprimentos
José Pereira
Anónimo a 30 de Janeiro de 2019 às 09:05

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