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 OS PIROLITOS DE GARVÃO 

A bebida pirolito da fábrica do Sr. Chico Costa na Travessa do Álamo, foi, talvez, a bebida que mais marcou a população de Garvão dos anos cinquenta e sessenta do século XX.

A bebida cujo sabor açucarado fazia as delícias da população, graúdos e miúdos, tinha a particularidade de o fecho consistir num arraiol ou raiol, (berlinde), que a pequenada usava no jogo denominado igualmente por arraiol, (jogo que consistia em três covas ou ao “morre ou mata” que se jogava sem covas).

O pirolito era uma bebida gasosa, continha água, ácido cítrico e gás carbónico e a garrafa não tinha rolha nem cápsula, pois possuía no interior uma esfera de vidro que servia de tampa, (empurrava-se a esfera de vidro para baixo, de modo ao gás sair e permitir a saída do liquido). Não possuía igualmente rótulo, apesar de na década de 1960 aparecer algumas garrafas com o rótulo “Flora”, precisamente o nome da esposa do Sr Chico Costa, Srª Florinda Martins.

Devido às exigências sanitárias e outros melhoramentos exigidos pelo governo da altura nos finais da década de 1950, levou ao encerramento da Fábrica de Pirolitos de Garvão nos inícios da década de 1960. O sistema de fecho destas garrafas, pela pequena esfera de vidro, foi considerado prejudicial para a saúde pública, pois era difícil a sua lavagem, entre outras medidas sanitárias que devido aos elevados custos de modernização, levou ao encerramento de muitas fábricas em todo o País.

Apesar destas fábricas terem desaparecido há já algumas décadas, a expressão ainda hoje em uso de, “beber um pirolito”, quando alguém se engasga a beber muita água, terá a sua origem nestas bebidas gasosas, que por vezes, precisamente pelo seu conteúdo gasoso, provocava engasgos.

O Sr Chico Costa foi, a meio do século passado, um dos maiores dinamizadores comerciais da vila de Garvão, começou como comerciante e negociante de bebidas alcoólicas e gasosas, as quais distribuía num carro de parelha pelas vilas em redor, incluindo os pequenos lugares da Serra de São Martinho, mais tarde adquiriu a primeira camioneta de transporte de mercadorias de que há conhecimento em Garvão.

Aliado a esta atividade de distribuição de bebidas, produzia igualmente vinho a partir de vinha própria e posteriormente abriu a fábrica de Pirolitos julga-se ainda na década de quarenta a qual produzia as mencionadas gasosas mas também licor de Ginja. Veio a fecha-la, como se afirmou nos princípios de sessenta, assim como a taberna anos mais tarde devido a doença.

O 25 de Abril de 1974 apanhou-o em Lisboa onde se encontrava em tratamentos na casa da filha adotiva, Leonor Costa, de regresso a Garvão foi, infelizmente, ultrajado precisamente por aqueles a quem, tanto ele como a esposa, auxiliaram nos piores momentos.

publicado por José Pereira Malveiro às 21:53

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