RENÉ DESCARTES
Não será demais, nestes pandémicos incertos tempos, lembrar René Descartes.
Penso, logo existo.
Em contraste com a postura americana, perante esta pandemia, que de facto é a antítese da mensagem original de Descartes.
Parei de pensar, logo não existo.
Esta simples frase, "penso, logo existo", do filósofo francês René Descartes, (1596-1650), ajudou em muito a mudar a mentalidade da época. O trabalho inovador de Descartes na área do racionalismo, acabou por abriu os portões ao Iluminismo, numa época em que ainda ardiam nas fogueiras as acusadas de bruxaria.
A frase, sintetiza, de uma maneira simples o pensamento de Descartes e surgiu a partir da postura em questionar o que se tinha por garantido. Para se chegar ao conhecimento absoluto, para este filósofo, era preciso duvidar de tudo o que existe ou nos rodeia.
Para Descartes, a única coisa de que não se podia duvidar era da própria dúvida e, consequentemente, do seu pensamento, e se duvido de tudo, estou dotado da capacidade de raciocinar e se o meu pensamento existe, eu também existo, assim, Penso, logo existo.
Perante esta lógica, é caso para perguntar, se perante esta sociedade cada vez mais globalizada, cada vez mais manipulada e influenciada pelos modernos órgãos de comunicação, se perdemos a nossa capacidade de criticar, de analisar, de sugerir, de contestar ou se nos acomodamos aos que os média nos querem transmitir.
O que nos ensinaria este matemático, físico e filósofo que influenciou gerações de pensadores, de Isaac Newton, Ayn Rand a John Locke, (filosofo político que influenciou Thomas Jefferson), da atitude americana perante o Covid-19 e perante um presidente altamente narcísico, ignorante e perigoso?
Terão os americanos perdido a capacidade de pensar, perante o impacto real do vírus e a crise económica que se adivinha? Perante as ações cada vez mais disparatadas dum presidente mais preocupado com a reeleição? Perante um poder dos meios de comunicação que nos doma, amacia e nos controla?
Será que em pleno século XXI, quantos americanos estarão de facto a questionar o que realmente se está a passar? O motivo de mais mortes? A falta de uma política de contenção deste vírus?
Caso contrário, a América provará a antítese da mensagem original de Descartes: "Parei de pensar, logo não existo".