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Fev 23

Cemitério Antigo

 

           No Tombo do Concelho da Vila de Garvão, de 1826, consta no local, onde a tradição oral localiza um cemitério, um local denominado por Cerro das Côvas.

          Num post anterior sobre o “Cemitério Antigo” de 6 de Janeiro de 2020, aventou-se a possibilidade da necessidade de construção desde cemitério durante a pneumónica de 1918, devido a um excessivo número de mortos.

        Tendo em consideração que o Cemitério Velho, localizado a cerca de cem metros deste Cemitério Antigo, esteve em uso até à inauguração do Cemitério Novo em 1937 e o surgimento de Pedras de Cabeceira ou Estelas Funerárias junto ao Cemitério Velho, denunciadora de uma Necrópole Medieval, sugere uma continuidade de enterramentos neste local desde a Idade Média até ao século XX, e só uma necessidade extra-normal, justificaria a necessidade de construção deste Cemitério Antigo.

          Contudo pelo ano a que se reporta esta informação, 1826, volta a estar em dúvida as datas cronológicas de uso destes dois cemitérios. Por um lado, temos uma Necrópole Medieval junto aos muros do Cemitério Velho, por outro lado temos este Cemitério Velho com enterramentos até 1937, tal situação coloca em questão o período em que este Cemitério Antigo esteve em uso, questão essa que tarda em obter respostas enquanto não se processar uma pesquisa arqueológica no local que esclareça estas dúvidas.

 

Fólio 138          

Auto de Vistoria, Medição, Confrontação e

Tombação de hum terreno de que he Ephyteuta

Alexandre António, paga de fôro pelo Natal      -           - 400

 

Anno do Nascimento de Nosso Senhor Jesus 

Christo de mil outocentos vinte e seis, aos treze de Maio,

neste sítio do Cerro das Côvas, Couto da villa de Garvão,

terreno de que he Ephyteuta Alexandre António (…)

(…) sendo ahi

o Doutor Joaquim José Nabuco d´Araujo, cavaleiro

professo na Ordem de Christo, do desembargo de sua

Magestade Fidelissima seu Dezembargador da Rela

çao da Bahia com exercício no lugar de Corregedor e

Provedor desta Comarca, comigo escrivão, os medido

res Romão Estevens e António Pedro Malveiro, (…)

(…) passou a fazer a vistoria no mesmo e achou nelle  

se acha edificado de taypa hum Moinho de vento,

que se acha moente e corrente,[1] (…)

(…) parte redondamente com terra do Conselho, e

que só tem o necessário para o dito moinho, e

seus logradouros; (…)

 

[1] “Moente e corrente”, diz-se do moinho que se encontra a laborar e em boas condições de funcionamento.

publicado por José Pereira às 23:15

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