Cerro da Forca
No extremo Sul da vila de Garvão, sobranceiro ao "Curral dos Bois", na Estrada para o Monte Zuzarte fica situado o "Cerro da Forca", onde, segundo a tradição oral eram enforcados os justiçados.
Segundo informação dos antigos proprietários toda aquela área estava coberta de sobreiras e azinheiras, sendo a forca, quando era preciso, colocada numa das pernadas de determinada azinheira.
As Forcas como símbolo da execução da justiça e da autonomia municipal, (assim como os Pelourinhos, os Forais e os respectivos Paços do Concelho), foram abolidas em Portugal a 26 de Junho de 1867 no reinado de D. Luís.
As Forcas eram situadas, geralmente, em Serros sobranceiros à Vila, de boa visibilidade onde a exposição dos justiçados na Forca teriam um efeito dissuador e de intimidação dos possíveis infractores e da população em geral.
Os sentenciados à "morte perpéctua", (sem direito a enterramento cristão para salvação da sua alma, nem direito a ser enterrado em solo sagrado nos adros das igrejas como era habitual), implicava que os "enforcados" ficavam expostos na Forca, até ao próximo dia de Todos-os-Santos, quando os Irmãos da Misericórdia organizavam a Procissão dos Ossos, e recolhiam o que restava do condenado para o sepultarem junto à Igreja da Misericórdia, muitas vezes os corpos "no seu entorno" padeciam do ataque de cães e outros animais que despedaçavam as partes inferiores dos condenados.
Devido à larga exposição dos "enforcados" por "morte perpéctua", as Forcas eram, geralmente, situadas em elevações contrárias ao vento dominante, para que na Vila e nas casas da população, não se sentir o cheiro da carne em decomposição.