PLACA NO MIRADOURO DE OURIQUE
CASTELO DE OURIQUE. (Foto de 1930)
Quem é que não quer ter um castelo?
De preferência romano ou árabe.
Com torre de menagem e albarrã, muralhas, adarve e barbacã.
De conquistas e reconquistas.
De cavaleiros intrépidos e princesas mouras encantadas.
Se não se tem, inventa-se.
E, coloca-se uma placa, toda bonita, a dizer que isso aconteceu.
CASTELO DE ORIK
Foi aqui neste lindo
Miradouro rico em belezas
Paisagísticas sem par
Que os Árabes no Ano de
711 edificaram o
Castelo de Orik
Só que os Árabes em 711, ainda estavam a atravessar o estreito.
Em 713 ainda estavam em Faro.
E o castelo já estava construído. Pelo menos, segundo alguns autores seria um antigo castro romanizado.
Não seria Tárique ibn Ziade (طارق بن زياد, para quem souber árabe), o general árabe invasor, (que por acaso era bérbere), que o construiu.
Esse deu o nome às Colunas ou Pilares de Hércules, (Ἡράκλειαι Στῆλαι, para quem souber Grego), no ano de 711, ao qual, de então em diante, passou a ser denominado Jabal Tarique, para o rochedo conhecido hoje por Gibraltar e Estreito de Gibraltar para aquela língua de água que separa os dois continentes.
Atravessado as platónicas Ἡράκλειαι Στῆλαι, (lê-se Herakleiai Stelai), a convite de uma das partes do reino Visigodo em luta pela coroa, em poucos anos assenhoraram-se da Península e nos anos seguintes a 711, completaram a conquista do território que viria a ser o reino de Portugal.
Ter os vestígios de um castelo é bonito.
Ainda mais, associado à história de Portugal.
Só que o que restava do castelo de Ourique foi arrasado na segunda metade do século XX.
Mas fizeram um lindo Miradouro.
O que se perdeu em arqueologia, ganhou-se em betão.
Mas, “sem dúvida”, Rico em belezas paisagísticas sem par.
O que se perdeu em história, ganhou-se em demagogia.
Tal como os silos descobertos em Ourique.
É para ignorar e tapar.
Como se não houvesse alternativas.