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VILA DE GARVÃO

          Cópia do Brasão, bordado em tecido, que existia nas instalações da junta de Freguesia de Garvão até 2009, quando foi retirado do quadro que o protegia e deixou de estar exposto, pelo presidente da Junta de Freguesia em final de mandato.
          A antiguidade desde brasão é aparente pela ligeira degradação que apresenta, contudo, sem o devido estudo, é difícil precisar a data da confecção deste bordado, todavia o vocábulo Vila, aparece somente com uma consoante “L”, o que aponta para uma escrita posterior à reforma ortográfica de 1911, pois uma das alterações dessa reforma foi precisamente a redução das consoantes dobradas a singelas, (com exceção de rr e ss e alguns casos pontuais),
          A data da confecção deste brasão, aponta assim para um período posterior à introdução desta reforma em 1911, cujos princípios já estavam propostos nas Bases da Ortografia Portuguesa, de 1885. Pouco mais se poderá acrescentar sobre este brasão bordado em tela de pano. Sem a peça em si para se proceder a uma mais minuciosa análise é impossível chegar a outras conclusões, a não ser, mais uma vez, lamentar a falta de sentido de responsabilidade cultural de quem lhe deu sumiço, sem, julga-se, qualquer contrapartida ou razão para tal acto.
          Tratava-se de um bordado, em razoável bom estado de conservação, com as dimensões, (de memória), aproximadas de 60 a 80 cm de altura por 40 a 50 cm de largura, onde sobressaía a cor vermelha e dourada, bordados sobre o fundo de pano branco. O escudo apresentava-se em prateado, sobre o qual sobressaiam duas cruzes de Santiago laterais superiores e o sobreiro, ao centro, com o tronco preto e a copa dourada. A ladear este bordado apresentava-se um cordão dourado com duas borlas que o atravessava numa posição pendente desde os cantos superiores direito e esquerdo. Apresentava igualmente na parte superior e inferior do bordado uma lista cadilhada ou esfiada, dourada a toda a largura do bordado.
          Este Brasão, bordado e emoldurado, assim como cerca de vinte livros antigos dos séculos XVII, XVIII, XIX e XX, encontravam-se nas instalações da Junta de Freguesia, cujo executivo em finais de mandato, como já se afirmou, deu sumiço em 2009.
          Os novos executivos da Junta e da Assembleia, apesar de devidamente alertados sobre o desaparecimento destes livros e do brasão, nada fizeram para a recuperação desse espólio, ou pelo menos em saber o que lhes tinha acontecido.
             Torna-se difícil fazer uma avaliação dos vários responsáveis da Junta e da Assembleia de Freguesia, sem cairmos no banal e no ridículo. Se para uns, despreocupados com estas coisas do património, têm tido uma actuação aceitável, para outros, mais sensibilizados com a história e o património desta terra, não podem deixar de se sentir incomodados com a constante falta de sentido e responsabilidade pelo património desta terra que se reflete precisamente, na incúria e desleixo no tratamento destes espólios, não só bibliográficos mas igualmente materializados nos vários vestígios arqueológicos da freguesia.

publicado por José Pereira Malveiro às 18:46

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