Das famílias de Garvão
Ao se observar as cartas genealógicas das famílias de, observamos o decréscimo populacional que se tem vindo a observar de há setenta anos para cá.
De uma população residente de cerca 2500 pessoas em 1950, estamos agora meramente reduzidos a menos de 600 eleitores e a escassas duas centenas de residentes.
Há famílias inteiras com cinco/seis filhos nas décadas de quarenta e cinquenta do século passado que desapareceram completamente sem deixar descendentes a viver em Garvão e outras cujos membros a residir na vila são uma ínfima parte da sua família ausente e cujas memórias só restam na lembrança dos mais velhos e no visitante ocasional.
O que é feito dos Cangalhas composta por seis filhos nos anos de 1930/40, Dos Ataídes? Dos Ildefonsos? Dos Borralheiras? Dos Dias? A lista é enorme e afecta todas a famílias.
Costuma-se dizer “estudar o passado para melhor prepararmos o futuro”, mas prevenir, travar e inverter esta tendência populacional acarreta despesas, principalmente para a maior empregadora da região: a Câmara Municipal de Ourique, já sobrecarregado em manter as centenas de trabalhadores que emprega e que significam uma percentagem significativa da população residente no concelho e em condições de empregabilidade.
Sem esses trabalhadores residentes no concelho e as respectivas famílias alargadas, pais reformados e filhos em idade escolar, o estado do nível populacional nas freguesias seria, certamente, muito pior.
Embora se trate de um problema que afecta essencialmente as povoações do interior, existindo inclusivamente medidas de apoio governamentais ao nível da Comunidade Europeia que possam contrariar esta tendência, o certo é que os efeitos de tal legislação, não se fazem sentir nestas povoações. Trata-se, sem dúvida, de um problema estrutural que precisa de soluções reais e pragmáticas, sem rodeios e promessas.