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Autor: José Maria Ferreira 

Notáveis da Vila de Panoias e Genealogia das Famílias

Editor: MoDocromia, junho de 2022

 

      «José Maria Ferreira, ancorado numa enorme crença da grandeza das gentes da sua terra, com (im)paciência e curiosidade imensas, investiu 16 anos, do seu tempo livre, a consultar arquivos pelo país, onde, pacientemente, descodificou textos com linguagem nem sempre acessível, recolheu, interpretou e sistematizou informação e factos, que hoje nos permitem conhecer gente ilustre que na vila nasceu e cresceu num tempo de prosperidade.

      Estas figuras constituem apenas uma pequena parte da enorme pesquisa e recolha que José Maria Ferreira fez sobre os antepassados da vila de Panoias. Infelizmente, sobre alguns a informação encontrada é reduzida, porque muitos manuscritos se encontram quase ilegíveis, outros documentos desapareceram… Mesmo assim, através dos notáveis seleccionados, é agora possível conhecer tempos áureos de vila de Panoias, outrora rodeada de herdades agrícolas importantes, com Hospital, Misericórdia, Igrejas, Tribunal, Biblioteca, instalada na Casa do Povo, Escola, Correios, infraestruturas estas que configuravam uma terra próspera e influente. Hoje, resta-lhe o Brasão dos tempos de glória!
     O autor iniciou este livro em 2004. Nele constam 124 figuras por ele consideradas notáveis justificadas pelas posições que tinham na hierarquia social e pelos cargos privilegiados que desempenharam na esfera social, política e religiosa, notabilizando-se na governança da vila, no país e fora dele, designadamente nos mares desconhecidos e na Índia.

    A edição deste livro deve constituir um orgulho para o seu autor e para os seus conterrâneos.
     Através dele, vamos conhecer e partilhar com os nossos descendentes a glória da vila de Panoias abandonada e desprezada por políticos e políticas há muitas décadas.» In: Notáveis da Vila de Panoias - Livro - WOOK

     José Maria Ferreira nasceu no dia 29 de agosto de 1954, em Panoias, uma vila situada no coração do antigo Campo de Ourique, no seio de uma família de pequenos lavradores alentejanos. Frequentou a Escola Primária na sua terra natal nos anos de 1961 a 1966. Concluídos os estudos primários, ingressou no Liceu Nacional de Beja e concluiu o Curso Geral e Complementar no Liceu Nacional do Barreiro.

     Foi durante 45 anos funcionário dos Caminhos de Ferro Portugueses. Apesar de muito tempo afastado, nunca esqueceu a sua terra e as gentes que o viram nascer sempre embebido daquele sentido nostálgico que o fazem reviver aqueles tempos de infância passados na sua terra natal, mas sempre na esperança de um dia a ela poder voltar. Dedica-se à investigação a fim de escrever a história da sua terra, considera-se: um autodidata, que na busca constante da verdade, nunca deixará de ser um eterno aprendiz.

     Autor do livro "Foral da Vila de Panoias", publicado em 2012, para assinalar os 500 anos da atribuição do foral à vila de Panoias um grupo de cidadãos naturais da vila decidiu viabilizar esta edição comemorativa do documento numa versão fac-simile do único exemplar original existente, na Casa Forte dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo, em Lisboa.

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Foral da Vila de Panoias

publicado por José Pereira às 10:52

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          Uma das artérias da vila de Garvão designava-se por Travessa do Álamo, hoje denominada por Rua do Álamo.

          A designação desta artéria deve-se ao curso de água que corre paralelamente a esta via e atravessa a vila. Curso de água esse denominado localmente por ribeira, cujas águas derivam de dois afluentes que se juntam a Sul da vila, no local denominado por Curral dos Bois, uma linha de água vem do Monte da Monchica e a outra vem do Monte Zuzarte.

          Segundo os registos, do século XIX e anteriores, nomeadamente nos assentos paroquiais e nos Tombos das propriedades concelhias, a denominação desta ribeira era designada por Ribeira do Alimo e por Pego do Alimo, relativo a alguma retenção de água nalgum lugar quando esta não corria.

          No livro do Tombo de Garvão com a data de 12 de Maio de 1826, surge a informação:

 

Terreno ao pego do Alimo junto a esta vila de que é efiteuta Manuel Jacinto, paga de foro 160[1]

 

O Rocio ao pego do Alimo, que serve de eiras para o povo, do qual já se aforarão dois bocados para casas, e vão estar já relacionadas a Joaquim mestre e a Mariana Guerreiro.[2]

 

            Nos registos paroquiais de Garvão, respeitante aos baptizados no ano de 1858, é registado Maria, em 13 de Maio, filha de Jerónimo José e Inácia Maria, moradores na Ribeira do Alimo.

            A designação da palavra Álamo ou Alimo referente a curso de água, encontra-se a Norte a Sul do país, nomeadamente em Ourique cujos registos paroquiais consta com a data de 29 de Dezembro de 1910, um individuo, de nome Júlio que nasceu no Moinho Novo da Ribeira do Alamo, igualmente junto a Mértola, surge em mapas antigos um curso de água denominado por Rio Limas, também nas ilhas (Ribeira da Lima na ilha do Pico) e o Rio Lima em Viana do Castelo.

          Segundo alguns autores, nomeadamente José Ferreira do Amaral e Augusto Ferreira do Amaral em Povos Antigos em Portugal,[3] o vocábulo Lima denominaria um hidrónimo, tratar-se-ia de uma palavra de origem Celta ou Lígure, que significaria esquecimento e estaria na origem da nomeação destes lugares.

           Contudo, devido ao elevado número de cursos de água com esta designação, não é plausível esta explicação, embora, segundo Jorge de Alarcão[4] em A propósito do hidrónimo LETHES[5], argumente sobre o “rio do esquecimento” e depois do nome romano para “rio olvido”, seja plausível esta explicação para o Rio Lima de viana do Castelo, por outro lado a explicação, segundo certos autores, que Lima ou Limia derivaria do celta Lima e designaria inundação ou “rio da terra alagada”, parece ser uma explicação mais plausível, tendo em consideração os vários rios e ribeiras com esta denominação.

           Outros autores defendem que Lima viria do latim Limaea, do galego Limea, do qual os reis germânicos, suevos e godos, teriam tomado como topônimo de identificação.

            As alterações fonéticas, comum a todas as línguas que se observam ao longo dos anos, veio a fixar a denominação deste lugar no actual Álamo, não em referência à ribeira, ou ao pego de água, cuja localização se perdeu, mas na artéria que lhe corre paralelamente.

 

[1] Livro do Tombo do Concelho de Garvão, de 12 de Maio de 1826, fólio 7.

[2] Livro do Tombo do Concelho de Garvão, de 12 de Maio de 1826, fólio 8.

[3] José Ferreira do Amaral e Augusto Ferreira do Amaral. Povos Antigos em Portugal. Paleontologia do território hoje português. Lisboa, 2000. P. 100.

[4] Professor Catedrático Aposentado da Faculdade de Letras de Coimbra; Membro do Centro de

Estudos Arqueológicos das Universidades de Coimbra e do Porto.

[5] Jorge de Alarcão. A propósito do hidrónimo LETHES. FORUM 44'45,2009/2010, Pág. 113-120.

publicado por José Pereira às 23:02

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