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Nov 20

Biblioteca Municipal do Cartaxo.jpg

Cartaz da Biblioteca Municipal Marcelino Mesquita. Cartaxo

 

Um exemplo a seguir

            Várias Câmaras Municipais, de Norte a Sul do país, reconhecem a importância de que se reveste a atividade editorial, entendida como veículo de divulgação e promoção de autores emergentes e de edições de autor, que contribuam para a vivificação cultural no concelho e para a diversificação da sua oferta literária.

            Incentivam assim um regime de apoio à atividade editorial através do qual procuram encorajar a criação literária e artística e/ou educativa e viabilizar o aparecimento e afirmação de novos autores, transversalmente a várias faixas etárias, experiências de vida e áreas diversificadas, como seja a área educativa, cultural, desportiva, social, ambiente e multidisciplinar inclusivamente a área patrimonial, em particular na área do património imaterial local e regional.

            Pretendem ainda apoiar a área de empreendedorismo cultural de capacidade criativa, a área da deficiência, do multiculturalismo e integração, bem como a área adstrita ao género e igualdade de oportunidades ou questões sociais emergentes da contemporaneidade.

            Nos termos e condições desses apoios, têm prioridade a edição de obras que contribuam para o conhecimento do respectivo concelho, na área da história, antropologia, cultura local, obras literárias em verso ou em prosa, de autores emergentes, de reconhecido valor científico, literário ou cultural, designadamente:

            - A edição de livros ou publicações de autores nascidos ou residentes no concelho;

            - A edição de livros ou publicações por entidades particulares e instituições legalmente constituídas com sede no concelho;

            - A edição de livros ou publicações de autores e entidades ou instituições exteriores ao concelho, mas que tenham manifesto interesse, direto e excecional para o concelho.

            - Poderão ser apoiadas obras mistas que prevejam a integração fotográfica, fonográfica e/ou videográfica, em CD/DVD.

            - Os apoios previstos são também aplicáveis a teses de mestrado ou doutoramento.

            -  Os apoios a projetos de edição consistirão na garantia, com base numa deliberação de câmara, de aquisição, ao preço de capa, de um número de exemplares, ou de um apoio monetário direto, num máximo anual a definir no orçamento municipal, considerando a totalidade das edições a apoiar.

            Observamos assim uma série de regulamentos municipais, de vários municípios de Norte a Sul do país, onde se procura incrementar, não só as produções literárias dos seus habitantes, mas inclusivamente contribuir para a divulgação cultural e promoção do próprio concelho.

publicado por José Pereira Malveiro às 21:04

21
Nov 20

Armário 2.jpg

                   

                   Pela reordenação dos concelhos no século XIX que levou à extinção de uma boa parte dos concelhos portugueses, incluindo o de Garvão, várias foram as formas encontradas pelas populações locais, prejudicadas com tal reordenamento, de mostrarem o seu descontentamento, desde as formas mais violentas de revolta armada, (nomeadamente a “Janeirinha”, revolta popular ocorrida em Janeiro de 1868, na cidade do Porto, contra o novo imposto sobre o consumo e a extinção de mais de cem municípios), às manifestações mais pacíficas, como a que se observou em Garvão.

                   Aquilo a que se assistiu em Garvão, poderá ser, de uma certa maneira idêntico ao que aconteceu na maioria dos concelhos extintos, uma resistência em colaborar com a nova sede do município, raiando a sabotagem e o boicote, como forma de mostrar o seu descontentamento e frustrar as intenções dos novos poderes.

             Assim foram subtraídas aos novos poderes os instrumentos que caracterizavam o município, nomeadamente os objetos amovíveis. Se ficaram para a história os Paços do Concelho com o Sino e a Cadeia e o edifício do Açougue, outros objetos de fácil remoção, foram subtraídos aos novos poderes e transportados para lugar seguro.

                   Destes objetos chegou praticamente aos nossos dias a Arca Concelhio e um Armário.

               Com as obras de restauro na Igreja Matriz, Nossa Senhora da Assumpção, em 1995, vários foram os bens despejados, cuja presença estorvava e reduzia o espaço reservado ao culto, entre eles, um pequeno altar em madeira onde se encontrava várias pautas de música antigas e um armário com portas de correr em vidro que se recolheram para outro lugar.

                   O altar e as pautas musicais perderam-se, infelizmente, com as cheias que assolaram a vila em 1996.

                   O armário teve melhor sorte, resguardado noutro local para restauro, salvou-se de um fim menos trágico, contudo nada fazia prever a antiguidade desta peça de mobília, ou a história a ele associado e muito menos que tal façanha ainda persistisse na memória popular.

                   Segundo um dos últimos Regedores da Freguesia, este armário terá sido uma das Alfayas negadas pela vereação da Câmara de Garvão em extinção e intimadas a entregar, juntamente com os livros de contas ao Concelho de Ourique, onde Garvão e Santa Luzia passariam a integrar como duas freguesias distintas.

                   Para este antigo Regedor, Francisco Zacarias, este teria sido o armário da discórdia, segundo as suas próprias palavras, teria sido levado para a Igreja pelos vereadores da extinta Câmara para o salvarem e por lá se manteve até à realização das mencionadas obras.

                   A Arca Concelhia e o seu conteúdo, são outra história, depois de salva da fogueira, já ateada para queimar tão valioso espólio em 1985, acabou irremediavelmente por ser mandada para o lixo, juntamente com todo o seu conteúdo, pelo executivo da freguesia durante o mandato de 2005 a 2009. Voltaremos a este assunto noutro post, devido à gravidade de que se reveste a ignorância, a incúria, o desmazelo, senão mesmo o roubo e a falta de sensibilidade para o património desta freguesia e salvaguarda destes documentos tao importantes para a história da vila de Garvão.

publicado por José Pereira Malveiro às 10:30

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