Muro Desaba Para Dentro Do Depósito Votivo
Uma secção do muro que protege as intervenções arqueológicas neste local, desabou para dentro do próprio recinto, cobrindo parte das valas e vestigios arqueológicos que lá se encontravam.
Recorde-se que a descoberta do Depósito Votivo em Garvão, no seguimento da abertura de valas para o saneamento público da vila, em Maio de 1982, mereceu a intervenção de reputados arqueólogos, nomeadamente Caetano Mello Beirão, Mário e Rosa Varela Gomes, Carlos Tavares da Silva e Joaquina Soares e amplamente difundido pelos orgãos de comunicação social da altura, com a descoberta de milhares de peças em metal e cerâmica que se encontram no Centro de Arqueologia Caetano Mello Beirão em Ourique.
Esta descoberta poderia ter catapultado a intervenção arqueológica e a investigação histórica de Garvão para outros patamares, com criação de empregos, núcleos museulógicos e toda uma dinâmica económica que se repercutaria na demografia da terra.
Tal não veio a acontecer e a diminuição da população de Garvão que se tem vindo a sentir nas últimas décadas, não pode deixar de estar relacionada com o não aproveitamento destas oportunidades, ou de outros incentivos capazes de travar o despovoamento progressivo da vila que, infelizmente, a Fábrica de Enchidos e a Unidade de Cuidados Continuados, construídos nos últimos dez anos, criando dezenas de empregos, não travou.
Contudo, não será a intervenção arqueológica e a investigação histórica na vila de Garvão que irá, por si só, inverter esta tendência populacional, mas poderá, à sua medida, contribuir, aliada com outras iniciativas, para travar a desertificação que actualmente se mantém.
Em 1950, Garvão tinha 2282 Habitantes.
Em 1960, 1821 Habitantes.
Em 1970, 1167 Habitantes.
Em 1981, 1213 Habitantes.
Em 1991, 938 Habitantes.
Em 2001, 851 Habitantes.
Em 2011, 730 Habitantes.
Prevê-se iguamente uma diminuição da população, no próximo recenceamento nacional, a realizar em 2021.