Junto à Estrada Real
A Igrejinha de São Pedro, como é conhecida, fica situada a cerca de 1 km de Garvão, na antiga Estrada Real do Algarve, ex-Estrada Romana, no caminho para Panóias, Messejana e por aí fora até Lisboa.
Actualmente, encontra-se em ruínas e sem telhado, fruto do abandono a que tem sido votada ao longo dos anos. O desinteresse por esta Igreja, já vem de longa data, havendo, contudo, ainda lembrança na população de Garvão do telhado e dos Santos no altar, e ao que parece só por volta de 1942 devido a umas cheias que chegaram á Igreja, é que levaram os Santos para local seguro, ao que se conta, a imagem de São Pedro já andava a boiar na água, o que foi salvo pelo “Meia Dola”, trabalhador no Monte da Morgada, que o entregou ao Sr Júlio de Matos, pai do Sr Zeca. A imagem de São Pedro encontra-se presentemente na Igreja Matriz.
Nos anos 50 e 60 de 1900, os dançarinos da “Dança de Garvão” costumavam utilizar esta Igreja para ensaiarem os passos da dança.
A tradição oral, diz-nos que pela guerra civil liberal, nas décadas de 1800, pela Estrada Real passou as forças militares liberais comandadas pelo duque de Terceira, vindas do Algarve para atacar Lisboa no ano de 1833.
Também pelas lutas liberais, esta Igreja foi refúgio das guerrilhas do Algarve, adeptos da causa absolutista, comandados pelo célebre Remexido, ainda segundo a tradição oral, foi nesta igreja que procuravam guarida depois dos ataques perpetuados pelas terras vizinhas, possivelmente beneficiando do apoio de alguns populares partidários do pretendente absolutista, D. Miguel.
Trata-se de uma ermida de peregrinação, com arquitectura religiosa, barroca, vernacular.do século XVIII, que enfileira numa tipologia de feição popular muito divulgada no Baixo Alentejo.
Planta longitudinal regular, composta por nave e capela-mor escalonadas e por sacristia adossada a S.. Volumes articulados, massas dispostas na horizontal. Fachada principal a E., de pano único delimitado por cunhais de cantaria; remate em empena recortada de três lanços; portal de cantaria de verga recta. Fachadas laterais cegas, de pano único em remate recto. Corpo da sacristia rasgado a E. por porta recta e restantes alçados cegos. Fachada O. de pano único, cego, delimitado por cunhais de cantaria e remate em empena. INTERIOR: nave rectangular de alçados cegos. Arco triunfal de volta perfeita antecedido por degrau. Capela-mor com nicho central em arco de volta perfeita e pequeno nicho do lado da Epístola; do lado do Evangelho rasga-se a porta de acesso à sacristia em arco de volta perfeita.[1]
[1] SIPA – Sistema de Informação para o Património Arquitetónico