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Abr 15

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LEMBRANDO ...

O Professor Manuel Joaquim Delgado

Quadras recolhidas em Garvão

 

Autor de várias obras sobre o Baixo Alentejo nomeadamente, A Linguagem Popular do Baixo Alentejo e o Dialecto Barranquenho, editado em 1951 e Etnografia e o Folclore no Baixo Alentejo, editado em 1956, ambos reeditados pela Assembleia Distrital de Beja em 1983 e 1985 respectivamente.

A obra do Professor Manuel Joaquim Delgado é um imenso celeiro – uma almástica – inesgotável, que possibilita uma investigação interminável para muitas e imensas searas vocabulares.

Trata-se de uma obra riquíssima em pesquisa, estudo, com citações, ilustrações, pistas de recolhas e investigações comparadas e confrontadas pelas várias vilas do Alentejo. Um contributo precioso para a divulgação e o estudo dos vocábulos, fonemas e outras características fonéticas que distinguem o falar alentejano.

 

Quadras recolhidas pelo Professor Manuel Joaquim Delgado em Garvão incluídas no livro A Linguagem Popular do Baixo Alentejo e o Dialecto Barranquenho de 1951.

 

Folhas 103 e 222. Quadras CXCI e CDLXVIII.

 

Ó àsença avorrecida

Ò pàxã tâ rigorosa

Máj’ val’ uma àsença firme

Que uma presença enganosa.

 

Folha 127. Quadra CCXLIX.

 

Tenho três venténs no bolso,

Com dé reis som três e mêo,

Pra comprar as blancias

Cas moças trazem no sêo.

 

Folha 178 e 312. Quadras CCCXLVI e DCLXX

 

Ser pobre nã é defêto

Sendo logo de nasção;

Val ’maj’ do ca requeza

A boa comportação.

 

Folha 191. Quadra CCCLXXXVII.

 

S’ê pudesse abrir mê pêto,

Mostrar-te o mê coração,

Só então darias créto

S’ê te tenho amor ou não.

 

Folha 229. Quadra CDXLIV

 

A rosa, depois de seca,

Inda máj’espinhos tẽi;

Entes qu’ê quêra nã posso

Negar que te quero bẽi.

 

Folha 341. Quadra DCCXXXI

 

Afasta-te água clara,

Dêxa passar a barrenta.

Que um amor que não é firme.

Com pôca coisa s’àsenta.

publicado por José Pereira Malveiro às 08:47

17
Abr 15

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Arqueólogo Caetano de Mello Beirão (sentado à esquerda)

Arqueóloga Susana Correia (de pé à esquerda) 

 

Cerca do Adro

Presentemente, poucas pessoas reconhecem o local onde em 1990, quando se procedia ao alargamento do adro da Igreja Matriz, se pôs a descoberto os vestigios arqueologicos, que presentemente se observam, como Cerca do Adro e, ainda menos, são as pessoas que realmente sabem o que são, de facto, aqueles vestigios arqueologicos postos a descoberto, denotando claramente uma falta de ligação entre os eleitos locais e as estruturas centrais que promovem e financiam estes trabalhos de investigação aqueológica e a população.

            Neste local detectaram-se, para além de uma necrópole medieval, algumas estruturas que foram objecto de uma intervenção de emergência realizada por arqueólogos do então Igespar, que veio comprovar a ocupação do Cerro da Vila desde, pelo menos,a Idade do Ferro. Trabalhos esses continuados aí posteriormente pela Associação cultural e Defesa do Património de Garvão em 1995 e 1996, permitiram apurar a existência de ocupação de época romana, do período islâmico almóada (um contexto de cozinha) e dos finais da Idade Média, princípios da Idade Moderna (estruturas desmontadas).

            Trata-se de um cabeço sobranceiro à Igreja de Garvão. Foram identificados vestígios de diferentes épocas, a que correspondem três momentos de ocupação. Um primeiro momento Baixo Medievo a que lhe correspondem estruturas nomeadamente de defesa, um periodo Islâmico onde foi detectado um nível Almoada, mais precisamente um contexto de cozinha (lareira), e um terceiro nível de ocupação de onde se exumaram materiais romanos e estruturas da idade do ferro (dois fornos e uma eventual muralha). Para este momento cronológico o sítio deve fazer parte integrante do povoado do Cerro Forte,perfazendo assim uma área de cercade 6 hectares.

            Do espólio encontrado contam-se cerâmicas de ornatos brunidos, verniz vermelho, cerâmca cinzenta, cerâmica estampilhada pntada, anforas, sigillatas, dollium, campaniense, jarrinhas, panelas, malgas islâmicas, vidradas, numismas, escória, espólio ósseo.

publicado por José Pereira Malveiro às 22:45

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