A estela do Arzil, com inscrições da denominada escrita do Sudoeste, de influência Fenícia e de outros povos Semitas do Mediterrâneo Oriental, provém de uma necrópole situada a cerca de 200 m do Monte do mesmo nome, a pouca distância da ribeira de Garvão, relatando-se, possivelmente, com o habitat da Idade do Ferro localizado na proximidade.
Situa-se numa pequena elevação de vertentes suaves, onde predominam os terrenos xistosos, aflorando à superfície os denominados “chapéus de ferro” que foram, muito possivelmente, durante a Idade do Ferro, alvo de exploração mineira por povos do Mediterrâneo oriental, cujos vestígios foram detectados.
Leitura segundo Rodriguez Ramos (J.21.1):
uarpánté[/]arenaRkénii
uarpóiirsaruneeapárenaRkénii
[Mu] Vartoiir Saruneea mare nargenii
As referências à existência de uma mina nas proximidades, e alguns vestígios de exploração mineira no local, têm sido os argumentos usados para conectar o sítio com uma actividade extractiva de minério. Os solos do seu território envolvente incluem-se nas Classes C e D, o que, aliado à proximidade de cursos de água, faz pensar numa área de razoáveis capacidades agrícolas, permitindo uma agricultura de subsistência.
Sobre os mecanismos de relacionamento e coesão social, religiosa e económica destes habitats, ver o artigo sobre o Castelo de Garvão, como “Lugar central” e a sua supremacia nestes grupos mais ou menos dispersos.
In: ARRUDA, ANA MARGARIDA, A Idade do Ferro pós-orientalizante no Baixo Alentejo, REVISTA PORTUGUESA DE Arqueologia .volume 4.número 2.2001