25
Set 24

ESTUDO MÉDICO-PSIQUIÁTRICA

 

Excerto do artigo: JOSÉ JÚLIO DA COSTA: PSICOPATOLOGIA NO MAGNICÍDIO? Nuno Borja Santos, (Médico, chefe de internamento do Serviço de Psiquiatria), Luís Afonso Fernandes, (Médico, interno de Psiquiatria). IN: HISTÓRIA INTERDISCIPLINAR DA LOUCURA, PSIQUIATRIA E SAÚDE MENTAL - IX, Coimbra, 2019.

 

Resumo

Após uma breve nota histórica sobre a biografia de José Júlio da Costa, é feita, seguindo as referências históricas habituais, uma resenha dos acontecimentos relatados que, segundo a maioria das fontes, levaram ao assassinato de Sidónio Pais. Esta é depois comparada com as notas clínicas e forenses relativas ao internamento de José Júlio da Costa no Hospital Miguel Bombarda, durante as admissões aí registadas (março a outubro de 1921 e 1927 a 1946), apurando-se nesse plano, algumas discrepâncias, nomeadamente sobre a eventual importância de conflitos laborais na sua terra natal. De acordo com estes registos, será ainda discutido o diagnóstico psiquiátrico do homicida e a sua imputabilidade enquanto tal.

 

Introdução

José Júlio da Costa nasceu a 14 de outubro de 1893, em Garvão, Ourique e morreu a 16 de março de 1946, em Lisboa. A 14 de dezembro de 1918, assassinou Sidónio Pais, Presidente da República, um ano após este ter tomado o poder pela força e instituído um regime presidencialista musculado. Detido no Estabelecimento Prisional de Lisboa, foi avaliado pericialmente, em fevereiro de 1921, concluindo-se pela sua imputabilidade. Porém, em Março do mesmo ano, é admitido no Hospital Miguel Bombarda, donde escapou em Outubro de 1921, sendo reinternado em 1927, até à sua morte, em 1946.

Foi objecto desta investigação (apenas debruçada sobre a vertente médico-psiquiátrica), esclarecer se, à data do crime, estava José Júlio da Costa mentalmente doente, por que motivo foi internado em estabelecimento psiquiátrico quarenta dias depois de ser considerado imputável e porque nunca foi julgado.

 

Discussão

José Júlio da Costa era oriundo de uma família de proprietários razoavelmente abastados. Cumpriu serviço militar como voluntário, entre 1910 e 1914, participando no 5 de outubro e em várias ações militares nas colónias, recebendo um louvor. Ainda neste ano, tenta realistar-se, como voluntário, junto da embaixada francesa em Lisboa, para combater na Primeira Guerra Mundial, mas é recusado. Casa e não tem filhos. Em 1916 abandona o Exército.

 

(O texto integral encontra-se no mencionado livro).

publicado por José Pereira às 20:35

05
Set 24

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30 ANOS DEPOIS

 

     A ADP de Garvão, fundada em 1994, por um grupo de jovens desta terra, desenvolveu várias atividades de índole cultural, histórico, arqueológico, musical/folclórico e jornalístico, como o artigo, abaixo reproduzido, inserido na publicação Camarária de 1995, exemplarmente ilustra.

 

     Esta Associação dentro daquilo que tem sido o âmbito da sua intervenção na comunidade onde está inserida, não se quedou, nunca pelo acessório.

     Progressivamente vem acrescentando sempre mais uma frente de trabalho às anteriores e hoje intervém num vasto leque de ações que vão desde a pesquisa à recolha de informações e testemunhos da matriz cultural e histórica de Garvão.

     Ainda recentemente, no último verão, pudemos constatar a realização de um campo de trabalho que teve a participação de jovens oriundos de vários países europeus que realizaram um valioso trabalho de escavação arqueológica em Garvão, escavações essas que estavam paradas há algum tempo.

     Este tipo de intervenção é apenas urna das frentes em que se empenha a Associação de Defesa do Património. Mas o esforço e a dedicação estendem-se à pesquisa etnográfica, à recuperação patrimonial das tradições de usos e costumes que hoje infelizmente já não fazem escola.

     Naturalmente surgiram grupos corais masculino, feminino e infantil, grupos de música e de danças tradicionais, algumas delas com origem secular. Por exemplo, a recolha de dados e informações sobre as danças dos guizos e das espadas realçaram um pormenor curioso - o rei D. Sebastião, nas suas andanças pelo Alentejo, (como relata João Gascão na sua Relação das Viagens de El-rei D. Sebastião)[1], terá sido presenteado com aquelas danças.

     Por outro lado, a Associação tem referências de que os traços  mais característicos das danças dos arquinhos e das fitas são oriundos de alguns países europeus.

     Se damos testemunho destas facetas que estão patenteadas no trabalho desenvolvido pela Associação de Defesa do Património de Garvão, é para que a opinião pública nomeadamente do nosso concelho, constate a importância do trabalho que está a ser desenvolvido numa freguesia que no século passado foi sede de concelho e que preserva ainda uma das feiras de gado mais importantes do sul do país.

     Não nos podemos esquecer também do peso e da importância do depósito votivo descoberto em Garvão, e que continua a aguardar um trabalho de pesquisa para dar sequência aos vestígios que já foram revelados, altura cm que na sequência das obras para a instalação de uma rede de saneamento básico se salientou um espólio da maior importância em termos arqueológicos.

     A instalação no local de um Museu do Sítio é uma das grandes aspirações da Associação, um projeto sistematicamente adiado, porque o IPPAR não concretizou este grande objetivo a par de outros que se estendem pelo concelho. Tudo indica que a verba destinada a esse fim foi canalizada para Foz Côa.

     Resta acrescentar que a Associação de Defesa do Património de Garvão tem a "ousadia" de publicar regularmente um jornal que muitas sedes de Concelho por esse pais fora não enjeitariam, pelo seu conteúdo e pelas preocupações culturais e de informação que expressa.

     A autarquia conhece o trabalho da Associação e sempre se disponibilizou para as iniciativas que tem promovido. Mas nunca será demais, até pelo exemplo de perseverança e dedicação dos seus responsáveis, realçar o mérito e as tarefas a que deitou mãos.

 

[1] Itinerários de El-Rei DSebastião : 1568-1578 / pref. Joaquim Veríssimo Serrão. - 2ª ed. - Lisboa : Academia Portuguesa da História, 1987

publicado por José Pereira às 21:07

09
Ago 24

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Clique para ler JG31.pdf

 

publicado por José Pereira às 12:27

30
Jul 24

Centro Social Cultura e Recreio


     No Jornal de Garvão nº 30, foi dado destaque á actual “direção” desta Casa do Povo.
     Tentou-se esclarecer os comentários negativos que se assistia tanto nas redes sociais como em conversas entre a população e dar uma oportunidade aos membros da “direção” para esclarecerem o assunto.

     Em conversa com a “pseudo-presidente” esta esclareceu que primeiro de tudo “não tem medo de ninguém” e que os regulamentos estatutários estavam a ser cumpridos e as devidas eleições têm sido realizadas segundo os estatutos e, este ano de 2024 se demitiria do cargo e convocaria eleições.

     Segundo outros elementos da “pseudo direção” e dos restantes elementos dos "pseudo corpos sociais", que afirmam só estão lá para darem o nome, afirmam que as eleições não têm sido realizadas e nem o livro de contas preenchido, guardando a “auto-intitulada presidente" as receitas e fazendo uso delas a seu belo prazer.

     Mais acrescentam que não tem havido reuniões da direção, nem assembleia de sócios e muito menos a coleta das quotas em atraso ou a inscrição de novos sócios.

     Sendo assim, as informações prestadas ao Jornal de Garvão foram falsas e a “pseudo presidente” mentiu descaradamente, dando assim razão ao que já há muito tempo se tem vindo a afirmar nas redes sociais.

     Como “não tem medo de ninguém”, como repetiu várias vezes, faz o que quer e o que muito bem entender num edifício público que a Junta de Freguesia, como proprietária do imóvel, já há muito devia ter posto fim a esta situação.

publicado por José Pereira às 16:28

29
Jul 24

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Das famílias de Garvão


     Ao se observar as cartas genealógicas das famílias de, observamos o decréscimo populacional que se tem vindo a observar de há setenta anos para cá.

     De uma população residente de cerca 2500 pessoas em 1950, estamos agora meramente reduzidos a menos de 600 eleitores e a escassas duas centenas de residentes.
     Há famílias inteiras com cinco/seis filhos nas décadas de quarenta e cinquenta do século passado que desapareceram completamente sem deixar descendentes a viver em Garvão e outras cujos membros a residir na vila são uma ínfima parte da sua família ausente e cujas memórias só restam na lembrança dos mais velhos e no visitante ocasional.

     O que é feito dos Cangalhas composta por seis filhos nos anos de 1930/40, Dos Ataídes? Dos Ildefonsos? Dos Borralheiras? Dos Dias? A lista é enorme e afecta todas a famílias.

     Costuma-se dizer “estudar o passado para melhor prepararmos o futuro”, mas prevenir, travar e inverter esta tendência populacional acarreta despesas, principalmente para a maior empregadora da região: a Câmara Municipal de Ourique, já sobrecarregado em manter as centenas de trabalhadores que emprega e que significam uma percentagem significativa da população residente no concelho e em condições de empregabilidade.

     Sem esses trabalhadores residentes no concelho e as respectivas famílias alargadas, pais reformados e filhos em idade escolar, o estado do nível populacional nas freguesias seria, certamente, muito pior.

     Embora se trate de um problema que afecta essencialmente as povoações do interior, existindo inclusivamente medidas de apoio governamentais ao nível da Comunidade Europeia que possam contrariar esta tendência, o certo é que os efeitos de tal legislação, não se fazem sentir nestas povoações. Trata-se, sem dúvida, de um problema estrutural que precisa de soluções reais e pragmáticas, sem rodeios e promessas.

publicado por José Pereira às 14:23

02
Jul 24

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(Jornal de Garvão, mencionado no Diário do Alentejo)

Diário do AlentejoUma dobradinha algarvia (diariodoalentejo.pt)

         

           No dia 15/6/2024, realizou-se em Garvão e Santa Luzia, a 2ª Corrida "Trilhos do Montado e dos Enchidos" que ligou as duas localidades. 

          O rosto principal da organização é o vice-presidente da união de freguesias, Leandro Oliveira, um confesso entusiasta de corridas, que disse ao “Diário do Alentejo”: “Sempre gostei disto, e surgiu-me a ideia de fazer esta prova. Na união de freguesias achámos que teríamos capacidade para fazermos esta travessia entre Santa Luzia e Garvão, algo que nunca tinha acontecido, mas que achámos que seria interessante, até por unirmos as duas populações e sentirmos que poderíamos fazer algo de diferente, de inovador. Tínhamos razão, porque a prova foi um verdadeiro sucesso”.

            Valeu a pena, garantiu, até pela participação das pessoas na preparação da prova, mas também na corrida e na caminhada.

publicado por José Pereira às 13:35

15
Jun 24

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PASSADA em SANTA LUZIA pelo DRAMATURGO D. JOÃO da CÂMARA

 

     A peça de teatro “A Triste Viuvinha” do dramaturgo D. João da Câmara, desenrolasse em parte em Santa Luzia e rememora o período de 1820 a 1834, período do fim do Ancien Regime, de implantação do Liberalismo e de guerra civil, em que a população portuguesa vivenciou inúmeras repressões, violência e supressão das liberdades civis.

     O drama passasse entre 1890 e 1897, posterior ao Ultimatum Inglês, símbolo de vergonha nacional, em que o direito às possessões portuguesas em África, foi definido, não pela descoberta, mas pela efectiva ocupação e como tal em muito reduziu as possessões portuguesas em África, como consta no Mapa Cor de Rosa, imposto pela Inglaterra.

     Foi representada pela primeira vez no teatro Dona Maria II, no dia 11 de Dezembro de 1897, interpretado como o momento e a maneira adequados de repensar o destino de Portugal, sob uma perspetiva provincial e, neste caso, de retratar os costumes alentejanos. Fizeram parte do elenco os nomes mais notáveis do teatro português da altura.

     Se no século XV os portugueses descobriram novas terras e construíram um império; no século XIX, viram-se confrontados com  o expansionismo britânico e redução das suas possessões africanas. É neste panorama que D. João da Câmara insere este drama numa aldeia do interior, neste caso Santa Luzia, (uma das duas freguesias do então concelho de Garvão) e refletir sobre a dificuldade de absorção e divulgação das novas ideias políticas e novos costumes do quotidiano, em particular pelas pessoas simples daquela região e de uma forma geral pela própria nação lusitana, assim, o enredo é elaborado sob uma perspetiva histórica saudosista, e a melancolia é o sentimento que pesa sobre os personagens.

     São sete as personagens que movem a intriga, o velho Rebelo, tabelião retirado para a aldeia de Santa Luzia, muito religioso, é um miguelista saudosista do Absolutismo. Reside na sua casa com Nazaré, viúva do seu filho Manuel e a tia desta, a velha Maria do Ó, solteirona e beata que encontrou alguma comodidade junto da sobrinha depois de uma vida com dificuldades.

     Rebelo tem “saúde gastada e idade decrépita” e com a morte do filho, encontrou na nora a compensação para que o desgosto, não lhe fosse fatal. O seu desgosto e a dor da sua solidão são substituídos pela presença de Nazaré, ela é a triste viuvinha do seu único filho Manuel, passados dois anos de casamento.

     Nazaré é condenada à viuvez eterna pelo sogro, e pela comodidade de sua tia que tem medo de perder o bem-estar na casa de Rebelo e quando Nazaré lhe confidencia que quer casar outra vez, esta faz-lhe lembrar que: (…) há-de herdar do sogro, duas cerquinhas, um ferragial, belas herdades, montados, terras de pão, várzeas das melhores, casa de bom recheio, e para não deitar tudo a perder.

     O Alferes, viúvo, vive com seu filho, João da Alegria, por quem Nazaré se virá a apaixonar.

     João da Câmara tece um conceito de saudade, na personagem do velho Rebelo, quando ele impõe a presença da nora, retratada como viúva e assim, como símbolo do filho ausente. Ele sente alegria de ver a tristeza estampada no rosto dela, não se importa com a perda da sua juventude em prol dela se manter fiel ao falecido marido, faz questão que ela seja a triste viuvinha.

     Na peça, João da Alegria, declama o seguinte poema:  

 

Senhora de Santa Luzia.

Lavada do vento norte.

Quem nela tem seus amores?

Não pode ter melhor sorte,

publicado por José Pereira às 22:05

10
Jun 24

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COMO SE FOSSE SURDO, CEGO E MUDO.     

    Uma nova moeda de cinco euros foi lançada em comemoração dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões, o maior poeta de Portugal. A imagem de Camões na moeda tem gerado polêmica devido à sua estilização, que dificulta a identificação do autor de “Os Lusíadas”.
     De facto, estamos perante um Camões sem orelhas, nariz e boca, como se fosse surdo, cego e mudo.
     Para quem, na sabedoria popular é retratado como cego de um olho, mas via bem dos dois, aparece agora, quando não o conseguiram calar nem censurar em vida, calado e amordaçado.

publicado por José Pereira às 14:40

06
Jun 24

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O homem por detrás do mito, a intrigante vida do maior

poeta português que nasceu há 500 anos.

 

     Em 2024, faz precisamente 500 anos do nascimento de Luís de Camões, o nosso maior poeta, data consagrada ao Dia de Portugal.

     Portugal deve ser um dos poucos países do mundo, nem sempre notada ou valorizada, que, ao contrário da maioria dos países, tem o seu Dia Nacional baseado num Poeta, num Homem da literatura, e não num feito bélico, numa batalha, numa conquista, em derramamento de sangue, como celebram outros povos.

     Isabel Rio Novo, nas sua Biografia de Camões, afirma: Camões é tão rico e inesgotável que tem conseguido ajustar-se a todas as épocas e prestar-se a formas diferentes e até opostas de instrumentalização. E depois, há nele aspetos que tocam muito na dita alma portuguesa, ou pelo menos nos temas que acalentamos na literatura e nas artes. O amor. A viagem. O desterro. A saudade. O oceano…

     Camões é tão genial que resiste a tudo, até às más citações, até às banalidades, até aos aproveitamentos que fazem dele, até às visões redutoras. Sai sempre por cima. E isso tem a ver com uma espécie de genuinidade a que é difícil alguém ficar indiferente. Há qualquer coisa de fatal e de fascinante no homem de letras e de armas honrado, que não se verga diante dos caprichos da fortuna nem das desfeitas dos seus contemporâneos. O homem que não descrê do seu talento mesmo quando quase toda a gente parece ignorá-lo e mesmo que isso lhe provoque uma amargura indisfarçada.

            Luís Vaz de Camões, filho de Simão Vaz de Camões e de Ana de Sá e Macedo, terá nascido por volta de 1524/1525, não se sabe exatamente onde, e morreu a 10 de junho de 1580,esteve preso duas vezes, perdeu o olho direito no Norte de África, embarcou para a Índia por castigo, viveu pobre e morreu na miséria, este homem, de barba ruiva, que tinha os nervos à flor da pele e era viciado no jogo, escreveu a mais extraordinária obra da língua portuguesa: “Os Lusíadas”.

     Ainda, segundo, Isabel Rio Novo, o poeta viveu sempre de mão dadas com a má fortuna e que alguma vez tenha vivido em sossego, era instável, brigava com a maior facilidade, ardia sentimentalmente em várias chamas, muitas vezes por culpa própria, vivia em constante  tribulação e foi detido pelo menos duas vezes.

     As grandes mudanças na sua vida deveram-se a castigos, tal como em 1552, quando, após a procissão do Corpo de Deus se envolveu numa contenda, no qual terá puxado da espada e ferido um guarda do Palácio real. Foi detido na cadeia municipal do Tronco, em Lisboa, (onde hoje se situam as portas de Santo Antão).

     Ali permaneceu nove meses até ter merecido perdão real. Há quem defenda que a agressão ocorreu porque o poeta se apaixonou por uma dama de condição muito superior, ou seja, um amor proibido.

     Sabe-se também que a embarcou para a índia em 1553, que regressou à pátria em 1570, que editou “Os Lusíadas” a 12/03/1572, que morreu provavelmente vítima de peste, por volta de 1580 e que a mãe assistiu ao seu funeral e passou a usufruir da pensão anual de quinze mil reais que o Rei Dom Sebastião lhe tinha atribuído aquando da publicação do poema Épico.

 

À PARTE....

      Mais uma oportunidade perdida, em Garvão, de se fazer uma exposição comemorativa desta data, não só pela figura de Camões, mas igualmente para promover a coesão social, o espírito comunitário, a convivência e a intercomunicação entre a população.

publicado por José Pereira às 20:31

05
Mai 24

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Foi apresentado, dia 4 de Maio de 2024, pelas 16:00 horas, na Biblioteca Municipal de Ourique, a mais recente obra do historiador José António Falcão, intitulada Parecer e Ser: Excursus Vital de D. António Paes Godinho, Bispo de Nanquim, natural de Santa Luzia, (então uma das duas freguesias do Concelho de Garvão), onde foi baptizado a 16 de Abril de 1688, filho de Estevão Guizado, ou Estevão Guizado Godinho e de Isabel Velho.[1]

 

     Em nota de imprensa, o autor destacou o “profundo trabalho de investigação que traz para a ribalta uma das mais influentes personalidades do Portugal do tempo de D. João V”. Considerou também o bispo de Nanquim uma figura que o “intrigava” devido às circunstâncias da política internacional do tempo do imperador Kangxi impediram de chegar à China, mas que trouxe o Extremo-Oriente até ao Alentejo.

     Sublinhou que se trata “de uma personalidade quase mítica da história de terras como Santiago do Cacém, Viana do Alentejo ou Mafra, para não falar da aldeia onde nasceu, Santa Luzia, hoje no concelho de Ourique; no entanto, a sua existência foi bem palpável e deixou fortes marcas”.

     Grande parte dessa aura “deve-se ao facto de ter sido membro destacado de um movimento espiritual radical, profundamente reformador, a Jacobeia, que assumiu as rédeas do poder no tempo de D. João V e foi depois objeto de perseguição por parte do Marquês de Pombal”, acrescentando ainda que “D. António Paes Godinho manteve, afinal, mesmo nas mais altas instâncias, a sua maneira de ser como alentejano de lei”.

     José António Falcão é Historiador de arte, museólogo e professor universitário. É Especialista no âmbito da arte e da arquitetura religiosas, tem consagrado a sua atividade ao estudo e salvaguarda dos bens culturais do Alentejo, granjeando prémios portugueses e europeus. Dirigiu o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja desde a fundação (1984) à extinção (2017) deste serviço, distinguido pela UNESCO como “exemplo do resgate cultural de um território”. Foi responsável pela criação, em 2006, da Rede Museológica daquela diocese, formada por oito museus.

In: Livro sobre o Bispo de Nanquim que trouxe a laranja da China para o Alentejo lançado em Ourique (sapo.pt)

 

[1] Falcão, José António. Parecer e Ser, Excursus Vital de D. António Paes Godinho, Bispo de Nanquim. 2024. P. 26.

publicado por José Pereira às 21:01

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